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Latinoamérica

6 de julio del 2003

Reforma Agrária: por um Brasil sem latifúndio!
Paraná: Milícias do latifúndio metralham acampamento do MST à beira de rodovia


MST Paraná
Um dia depois de o presidente Lula receber o MST e anunciar medidas em direção à reforma agrária, os latifundiários do Paraná manifestam seu repúdio às mudanças recorrendo ao terror.

Na noite de ontem (3/7), por volta das 19:30h, um bando de pistoleiros encapuzados, portando armas de grosso calibre, atacou e metralhou o acampamento de 70 famílias sem terra situado às margens da rodovia que liga Boa Esperança a Paranacity, no município de Uniflor (região de Maringá). No ataque, foi ferido com três tiros o trabalhador sem terra Emílio José Teixeira,, que está internado em Maringá, no Hospital Universitário.

Desde que o acampamento foi instalado, há quatro dias, os pistoleiros vêm circulando pelas fazendas Roma e Pitanga, nas vizinhanças do acampamento, numa clara tentativa de intimidar os trabalhadores.

O MST reafirma que, ao contrário do que vem sendo noticiado, não trata-se de ocupação, já que as famílias não estão dentro da fazenda, e sim à beira da rodovia.

Ontem à tarde, o líder da UDR no Paraná, Marcos Prochet, visitou as fazendas Roma e Pitanga, esta última de propriedade de Carlos Granzoto. A passagem de Prochet pelo local, no dia do atentado, bem como suas recentes declarações em defesa da formação de milícias armadas e outros atos de violência, sinalizam que ele deve ser o mentor da ação terrorista.

Prochet já foi reconhecido como executor do assassinato do sem terra Sebastião Camargo, numa violenta desocupação promovida pelas milícias da UDR em fevereiro de 1998, no município de Marilena.

Durante o governo Lerner, a PM e as milícias da UDR protagonizaram várias violações de direitos humanos em despejos ocorridos na região Noroeste do estado. Também datam dessa época os assassinatos dos sem terra Sétimo Garibaldi (1998) em Marilena, de Eduardo Anghinoni (1999), e de Sebastião da Maia (2000), em Querência do Norte.

O MST e a ONG Terra de Direitos acabam de encaminhar uma representação ao Ministério da Justiça e à Secretaria de Estado dos Direitos Humanos.